Preço do repelente de aerossol em Buenos Aires subiu para R$190 online devido aos piores surtos de dengue. Produtos somem das gôndolas com demanda explosiva.
Em meio ao surto de dengue na Argentina, a população está tendo que lidar com a escassez de repelente no mercado. O produto se tornou um item disputado, com preços cada vez mais altos em lugares onde ainda é possível encontrá-lo.
Com a procura crescente por produtos para espantar insetos, as prateleiras das lojas estão ficando vazias rapidamente. A população argentina precisa se prevenir contra as picadas dos mosquitos transmissores da dengue, tornando o repelente um item essencial no dia a dia.
Repelente em falta nas prateleiras em Buenos Aires
De acordo com a agência de notícias AP, há algumas semanas, um produto para espantar insetos em aerossol era comercializado em Buenos Aires por aproximadamente US$ 5,67 (R$ 29, na cotação atual).
Agora, em plataformas de comércio online, o valor disparou para US$ 37,47 (R$ 190).
Inúmeras reclamações contra o governo surgiram, e o ministro da Saúde, Mario Russo, garantiu que o problema de escassez do repelente será solucionado nas próximas semanas.
‘Conversamos com os fabricantes, que nos informaram que ajustaram sua logística de produção e estão operando em capacidade máxima. Estão fabricando em diversos laboratórios estatais nas províncias em maior oferta de repelentes’, afirmou em entrevista à emissora Telefé.
Enquanto o produto não estiver disponível, ele recomendou que os argentinos adotem medidas como utilizar calças para cobrir as pernas e camisas de manga comprida para cobrir os braços. A escassez é mais evidente na região metropolitana de Buenos Aires, conforme reportado pelo ‘La Nación’, que descreve a aquisição do repelente como ‘praticamente impossível’.
De acordo com o ‘La Nación’, as vendas de produtos repelentes aumentaram mais de três vezes nos últimos dias, porém a oferta nos supermercados e farmácias não está sendo suficiente. Um representante de um supermercado afirmou que as vendas em março deste ano estão 250% maiores do que no mesmo período do ano passado, tornando-se um desafio atender toda a demanda.
Outra rede de estabelecimentos relatou que os produtos desaparecem das prateleiras em questão de minutos. Segundo o ‘La Nación’, há três empresas na Argentina que se dedicam à produção de repelentes, detendo mais de 90% do mercado.
A fabricante SC Johnson, uma das principais do setor, mencionou que ampliou em três vezes a capacidade produtiva habitual e passou a disponibilizar repelentes em embalagens de diversas dimensões. A demanda cresceu exponencialmente, com um aumento de 300% entre fevereiro e março. A empresa Algabo também confirmou um aumento expressivo na procura.
Em apenas quatro semanas de janeiro, a Algabo comercializou a mesma quantidade vendida em todo o ano de 2023.
Alerta máximo em meio aos piores surtos de dengue na Argentina
Desde julho de 2023, mais de 180 mil pessoas foram contaminadas com dengue, resultando em 129 mortes. Mosquitos infectados circulam em 19 dos 24 territórios do país.
Conforme o último boletim epidemiológico, os casos reportados nesta temporada representam mais de seis vezes o total da temporada anterior. A ausência de um programa nacional de vacinação faz com que as iniciativas de algumas províncias sejam cruciais, e em certas regiões, os pacientes precisam pagar pela imunização.
O ministro da Saúde garantiu que a vacina não é eficaz para conter o surto atual e que ainda não há evidências suficientes da sua eficácia para que seja incorporada ao calendário vacinal do país.
O ministro Russo afirmou que o imunizante é seguro e eficaz para crianças de 4 a 16 anos, e que o governo aguarda os resultados da fase 4 de testes conduzidos na Argentina e Brasil para definir sua estratégia vacinal.
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Fonte: © G1 – Globo Mundo
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